terça-feira, 19 de outubro de 2010

A menina que roubava livros

Não se deve julgar um livro pela capa. Não digo o mesmo quanto a escolher um. Lembro de estar numa Bienal do Livro, procurando algo que despertasse minha atenção. Sem me importar se era um best-seller ou não. Apenas algo que merecesse ser lido. Um livro de capa preta e branca, com neve, uma árvore seca e um guarda chuva vermelho praticamente me puxou até ele. Na contra capa a sinopse: “Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.”

Acompanha-me a terrível mania de ler a última frase de cada livro antes de ler. Na última página encontrei a seguinte passagem :

. A nota final de sua narradora .
– Os seres humanos me assombram.”

Devorei o livro como quem não consegue sair de uma conversa. Me encantei com Liesel, quis aprender a tocar acordeão, tive raiva da guerra, de Hitler, dos soldados e da ingorância, fiquei com medo dos bombardeios, aprendi umas palavras em alemão, alguns fatos históricos e derramei lágrimas no final, e desde então recomendo o livro a todos que me pedem sugestão. Recomendo agora pra quem estiver por aqui. E em troca, quem puder e quiser me ajudar, estou em busca de um novo livro.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

:


Aprontou-se para ir à aula da tarde. Perdera as aulas da manhã com a desculpa de que passara mal durante a noite. Pesadelos, enjôo, sensações inexplicáveis. Acabou adormecendo às 3 da manhã e abrir os olhos para a vida às 6 se tornou impossível.

Dois ônibus passaram direto por ela. Praguejava a audácia daqueles motoristas. Entrou num terceiro que faria um caminho pouco mais longo. Sentara à janela.

Abriu o romance que vinha lendo e pairou o olhar quando uma frase chamou sua atenção:
“...e muitas coisas ainda, que Carlos nunca suspeitara pudessem dar prazer, formavam agora a continuidade do seu bem-estar.”

Lembrou-se de como era bom apaixonar-se. Desejou sentir novamente.
Em meio a pensamentos... Até ao que usar na festa a fantasia do próximo mês...

Inconscientemente, começou a prestar atenção na conversa que acontecia entre duas mulheres no banco atrás do seu:
“Eu disse a ele que queria fazer um piquenique. Nunca fiz nenhum. Ele até gostou da idéia, sabe, maaas...”

Esboçou um sorriso lembrando como todos os relacionamentos são únicos nas igualdades.
Pensou que devia anotar seus pensamentos. Mas seriam pensamentos interessantes esquecidos como outrora...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

F.R.I.E.N.D.S.

Sei que o dia do amigo já passou mas a intenção é o que vale, não é mesmo? Queria eu saber fazer vídeos decentes, tirar boas fotos ou qualquer coisa do genero. O que me resta é tentar escrever alguma coisa que deixe meus amigos um pouquinho felizes, ou que pelo menos os faça rir um pouco. Ou que nada disso.

Ás vezes fica difícil definir o que é amigo, ou quem é seu amigo de verdade, mas será mesmo necessário definir uma relação ou sentimento? A gente sente e pronto. A gente sabe e ponto.
Poderia dizer: "Amigo é aquele...", mas eles se mostram por gestos que mereçam ser lembrados. Eu lembro e agradeço as infinitas mensagens no meu aniversário, as opiniões e implicâncias compartilhadas, as conversas no telefone, as noites no msn...
Obrigada por oferecer e deixar eu usar o computador quando a Velox me sacaneia. Obrigada pelos passeios e sapatos gastos no Rio Sul, entre lanches e livros na Saraiva. Obrigada pelos abraços, pelas raras palavras de afeto e pelas torrenciais zoações, xingamentos e apelidos. Pelas roupas emprestadas, pelas caronas, por não me odiar depois de quebrar a maçaneta do carro, por não me odiar at all.
Por perguntarem se eu estou bem mesmo com a resposta estampada na minha cara , pelos segredos, pelo abraço que quebra a anestesia do nervoso, pelas boas noticias compartilhadas, pelos momentos tristes que passamos juntos.
Por ter sido parte da minha infância, entre Barbies, voltas de patins, pela companhia no ponto de onibus, na religião, pelos cartões de natal e os almoços entre as aulas. Pela xerox na véspera da prova e das chamadas assinadas em meu nome.
Pelas horas e horas sem fazer nada em grupo, pelas conversas deitados no fundo do auditório do colégio, pelos jogos de tabuleiro,pelas viagens, por me buscarem no aeroporto, pelas risadas e até pelas piadas sem graça (que não posso deixar de dizer que poderiam ser menos frequentes).
Pelas histórias repetidas, repetidas e repetidas...
Àqueles que não valem nada mas pelos quais eu doaria um rim.

Feliz Dia do Amigo. Todo Dia.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ponto G

Eu adoro a Martha Medeiros, confesso.
Passeando na Saraiva acabei saindo de lá com um cartão saraiva plus e um pocket book de crônicas dela.
A que vem a seguir é logo a primeira do livro. Se minha vó visse isso ia ficar horrorizada e achar que eu virei uma promíscua. Como se eu tivesse sorte pra isso (ai humor negro). Mas o texto é bom e eu concordo.


“Isabel Allende é uma das escritoras que mais admiro, não só por seus livros, mas também por seu humor, sua trajetória de vida e sua força diante de dramas inesperados, como a morte prematura de sua filha, Paula, aos 28 anos, que acabou lhe inspirando um romance biográfico emocionante. Hoje, Isabel vive feliz em Sausalito, Califórnia, com o segundo marido. Lendo a entrevista que ela deu para a Playboy, ri muito com suas declarações e uma delas me pareceu um verdadeiro achado.
“As mulheres gostam que lhes digam palavras de amor. O ponto G está nos ouvidos. Inútil procurá-lo em outro lugar.”
Ah, o ponto G, esse paraíso secreto que leva os homens a explorações minuciosas. Não temos um ponto G, mas dois, um em cada lateral da cabeça, e não é preciso tirar nossa roupa para nos deixar em êxtase. Falem, rapazes. Digam tudo o que sentem por nós, assim, assim…
isso. Concordo com a autora de A Casa dos Espíritos: o melhor afrodisíaco é a declaração de amor. Não aquelas mecânicas, faladas no piloto automático, mas as verdadeiras,sentidas, aquelas que os homens imaginam que basta serem ditas com o olhar e com as mãos, mas que fazemos questão de escutar também com a voz.
“Como eu gosto de estar com você, esqueço do tempo ao seu lado, que horas são? Já? Que me esperem, não consigo desgrudar de você, amor.”
Caetano Veloso vendeu um milhão de cópias do seu último disco, e tenho certeza de que não foi por causa de “vou me embora, vou me embora, prenda minha,…” e sim “por que você me deixa tão solto, por que você não cola em mim?”
As feministas mais ortodoxas devem estar bufando. Tanta coisa pra se exigir de um homem: mais espaço na política, mais ajuda em casa, salários iguais e nada de gracinhas no escritório, e vem essa daí clamar por palavras!Pois essa daqui acha tão interessante a idéia de igualdade entre os sexos que adoraria vê-los soltar o verbo como nós fazemos, expressar os sentimentos sem medo de ser piegas, afirmar e reafirmar diariamente como a gente é importante para eles e que saudades estavam do perfume dos nossos cabelos.
Clichê em último grau, reconheço, mas quem quer ser moderna nessa hora? Tudo o que se reivindica é o desbloqueio emocional masculino. Nossos hormônios saberão como agradecer.”

Martha Medeiros

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Erika no País das Maravilhas

"Ai, meu Deus! Como tudo está esquisito hoje! E pensar que ontem tudo estava normal. Será que mudei durante a noite? Vamos ver: eu era a mesma quando me levantei essa manhã? Estou quase me recordando que me sentia um pouquinho diferente. Mas, se eu não sou mais a mesma, a pergunta é; 'Quem afinal eu sou?' Ah, aí é que está o problema!"


Ando me sentindo assim, meio Alice. Meio uma menininha metida a sabe tudo que não sabe nada. Meio criança. Meio medrosa. Meio atrevida. Meio perdida.
Acordei assim hoje mas amanhã posso acordar meio Coelho Branco: "Estou atrasado. Muito atrasado!" ou Rainha de Copas querendo gritar: "Cortem-lhe a cabeeeça!"
E eu to falando da Alice...no país das maravilhas. A do primeiro livro. Não a do filme do Tim Burton (que a propósito eu gostei sim). Gostaria de escrever nesse momento que não sou uma vendida mas, como comprei o livro (1 e 2-tudo junto) na promoção da Saraiva, depois do lançamento do filme, não o posso fazer.
O fato é que eu ando crescendo e encolhendo, sonhando uns sonhos estranhos, aleatórios, superficiais e cheios de gente. Tá ficando superlotado pra mim!
Tento achar as maravilhas desse mundo. E dar sentido às coisas que escrevo.
Eu quero sair daqui. Eu quero ir pra casa.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

They say it´s my birthday

Hoje eu quero amigos

Hoje eu quero risos

Hoje eu quero bolo, velas, fogo, desejos, sopros

Hoje eu quero cor


Hoje eu quero sorte

Hoje eu quero fotos

Hoje eu quero alegria


Hoje eu quero viver numa cena de musical

Hoje eu quero telefonemas, cartas, cartões e e-mails


Hoje eu quero balões e cajuzinhos

Hoje eu quero todas as horas


Hoje eu quero lembranças doces


Hoje eu quero todos


Hoje eu quero tudo

Hoje eu

Hoje é meu






terça-feira, 11 de maio de 2010

Mando notícias do mundo de cá

Rio de Janeiro, 03 de maio de 2010

Algumas observações sobre o atual momento:

*Todo carioca idiota está colecionando o álbum da Copa. Aposto que o Diogo também está. A banca de jornal perto do Rio Sul está com fila! Um caminhão de figurinhas foi assaltado no ABC Paulista e cerca de 185 mil exemplares foram roubadas. Graças a Deus, os responsáveis foram localizados e as mesmas recuperadas (enquanto uns 5 celulares que me levaram, mais uma bolsa querida e uma carteira de couro da Mr.Cat -que não é mais fabricada- ainda não foram encontrados).
Andam até vendendo o álbum já completo. Dica: Ao menos as figurinhas poderiam vir descoladas e de brinde umas repetidas misturadas. Só pra ser adquirido também, inteiramente de graça, um gostinho quase real de se colecionar um álbum. Álbum esse que, aliás, me fez refletir sobre algo, que me fez sentir uma "rênia" pós-moderna: Apesar de todo esse frisson, as seleções nem foram escaladas ainda! O Ronaldinho Gaúcho autoadesivo está por aí embalado em pacotinhos. Ou seja, tudo balela, fraude, lorota, mau caratismo dos investidores.
Já chegou aos meus ouvidos que a figurinha de número 287 é a cara do Pixe (que juntamente com a Leka e os manos, está colecionando; e a mentora foi a própria dita-cuja). Ouvi relatos ainda de pessoas se encontrando clandetisnamente para efetuar a troca de figurinhas e que almoços em restaurante são interrompidos por desconhecidos para a efetuação do câmbio ao menor sinal da presença do bolinho de repetidas (geralmente organizado em ordem númerica e preso por um elástico, onde é anexado uma folha com os números faltantes).
Uma brilhante vale 3 normais. E aquelas onde duas formam uma só figura vem exigindo uma destreza motora que tem deixado muitos perfeccionistas à beira de uma crise psicótica. Um senhor trajando um terno foi visto descontrolado no meio do Largo da Carioca, aos pulos e berros: "Consegui a última figurinha! Completei o álbum da Copaaaaa!" E eu completei a cena, mentalmente, com esse indivíduo ajoelhado exibindo o álbum aos céus e sendo atacado em seguida por um arrastão de colecionadores quase zumbis.
O pacotinho custa o absurdo de R$0,75 (não sei se você ainda tem noção do valor desse montante) e de acordo com as minhas especulações, no dia que eu tiver meu primeiro filho (Deus é pai, a esperança é a última que morre e Santo Antônio vai ser mergulhado em ácido esse ano- esse safado tá fudido na minha mão, menino Jesus que se cuide!) o pacote estará cotado por volta de R$1,10. Conclusão: Meus filhos não colecionarão porra de álbum nenhum no que depender de mim.
E ninguém mais joga bafo. O mundo está mesmo perdido.
Agora com sua licença que vou comprar mais figurinhas.

Moral da história:
A história absolver-me-á. (Fidel Castro)