Não se deve julgar um livro pela capa. Não digo o mesmo quanto a escolher um. Lembro de estar numa Bienal do Livro, procurando algo que despertasse minha atenção. Sem me importar se era um best-seller ou não. Apenas algo que merecesse ser lido. Um livro de capa preta e branca, com neve, uma árvore seca e um guarda chuva vermelho praticamente me puxou até ele. Na contra capa a sinopse: “Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.”
Acompanha-me a terrível mania de ler a última frase de cada livro antes de ler. Na última página encontrei a seguinte passagem :
“. A nota final de sua narradora .– Os seres humanos me assombram.”Devorei o livro como quem não consegue sair de uma conversa. Me encantei com Liesel, quis aprender a tocar acordeão, tive raiva da guerra, de Hitler, dos soldados e da ingorância, fiquei com medo dos bombardeios, aprendi umas palavras em alemão, alguns fatos históricos e derramei lágrimas no final, e desde então recomendo o livro a todos que me pedem sugestão. Recomendo agora pra quem estiver por aqui. E em troca, quem puder e quiser me ajudar, estou em busca de um novo livro.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
A menina que roubava livros
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
:

Dois ônibus passaram direto por ela. Praguejava a audácia daqueles motoristas. Entrou num terceiro que faria um caminho pouco mais longo. Sentara à janela.
Abriu o romance que vinha lendo e pairou o olhar quando uma frase chamou sua atenção:
“...e muitas coisas ainda, que Carlos nunca suspeitara pudessem dar prazer, formavam agora a continuidade do seu bem-estar.”
Lembrou-se de como era bom apaixonar-se. Desejou sentir novamente.
Em meio a pensamentos... Até ao que usar na festa a fantasia do próximo mês...
Inconscientemente, começou a prestar atenção na conversa que acontecia entre duas mulheres no banco atrás do seu:
“Eu disse a ele que queria fazer um piquenique. Nunca fiz nenhum. Ele até gostou da idéia, sabe, maaas...”
Esboçou um sorriso lembrando como todos os relacionamentos são únicos nas igualdades.
Pensou que devia anotar seus pensamentos. Mas seriam pensamentos interessantes esquecidos como outrora...
sexta-feira, 23 de julho de 2010
F.R.I.E.N.D.S.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Ponto G
Passeando na Saraiva acabei saindo de lá com um cartão saraiva plus e um pocket book de crônicas dela.
A que vem a seguir é logo a primeira do livro. Se minha vó visse isso ia ficar horrorizada e achar que eu virei uma promíscua. Como se eu tivesse sorte pra isso (ai humor negro). Mas o texto é bom e eu concordo.
“Isabel Allende é uma das escritoras que mais admiro, não só por seus livros, mas também por seu humor, sua trajetória de vida e sua força diante de dramas inesperados, como a morte prematura de sua filha, Paula, aos 28 anos, que acabou lhe inspirando um romance biográfico emocionante. Hoje, Isabel vive feliz em Sausalito, Califórnia, com o segundo marido. Lendo a entrevista que ela deu para a Playboy, ri muito com suas declarações e uma delas me pareceu um verdadeiro achado.
“As mulheres gostam que lhes digam palavras de amor. O ponto G está nos ouvidos. Inútil procurá-lo em outro lugar.”
Ah, o ponto G, esse paraíso secreto que leva os homens a explorações minuciosas. Não temos um ponto G, mas dois, um em cada lateral da cabeça, e não é preciso tirar nossa roupa para nos deixar em êxtase. Falem, rapazes. Digam tudo o que sentem por nós, assim, assim…
isso. Concordo com a autora de A Casa dos Espíritos: o melhor afrodisíaco é a declaração de amor. Não aquelas mecânicas, faladas no piloto automático, mas as verdadeiras,sentidas, aquelas que os homens imaginam que basta serem ditas com o olhar e com as mãos, mas que fazemos questão de escutar também com a voz.
“Como eu gosto de estar com você, esqueço do tempo ao seu lado, que horas são? Já? Que me esperem, não consigo desgrudar de você, amor.”
Caetano Veloso vendeu um milhão de cópias do seu último disco, e tenho certeza de que não foi por causa de “vou me embora, vou me embora, prenda minha,…” e sim “por que você me deixa tão solto, por que você não cola em mim?”
As feministas mais ortodoxas devem estar bufando. Tanta coisa pra se exigir de um homem: mais espaço na política, mais ajuda em casa, salários iguais e nada de gracinhas no escritório, e vem essa daí clamar por palavras!Pois essa daqui acha tão interessante a idéia de igualdade entre os sexos que adoraria vê-los soltar o verbo como nós fazemos, expressar os sentimentos sem medo de ser piegas, afirmar e reafirmar diariamente como a gente é importante para eles e que saudades estavam do perfume dos nossos cabelos.
Clichê em último grau, reconheço, mas quem quer ser moderna nessa hora? Tudo o que se reivindica é o desbloqueio emocional masculino. Nossos hormônios saberão como agradecer.”
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Erika no País das Maravilhas

Ando me sentindo assim, meio Alice. Meio uma menininha metida a sabe tudo que não sabe nada. Meio criança. Meio medrosa. Meio atrevida. Meio perdida.
Acordei assim hoje mas amanhã posso acordar meio Coelho Branco: "Estou atrasado. Muito atrasado!" ou Rainha de Copas querendo gritar: "Cortem-lhe a cabeeeça!"
E eu to falando da Alice...no país das maravilhas. A do primeiro livro. Não a do filme do Tim Burton (que a propósito eu gostei sim). Gostaria de escrever nesse momento que não sou uma vendida mas, como comprei o livro (1 e 2-tudo junto) na promoção da Saraiva, depois do lançamento do filme, não o posso fazer.
O fato é que eu ando crescendo e encolhendo, sonhando uns sonhos estranhos, aleatórios, superficiais e cheios de gente. Tá ficando superlotado pra mim!
Tento achar as maravilhas desse mundo. E dar sentido às coisas que escrevo.
Eu quero sair daqui. Eu quero ir pra casa.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
They say it´s my birthday
Hoje eu quero amigos
Hoje eu quero risos
Hoje eu quero bolo, velas, fogo, desejos, sopros
Hoje eu quero cor
Hoje eu quero sorte
Hoje eu quero fotos
Hoje eu quero alegria
Hoje eu quero viver numa cena de musical
Hoje eu quero telefonemas, cartas, cartões e e-mails
Hoje eu quero balões e cajuzinhos
Hoje eu quero todas as horas
Hoje eu quero lembranças doces
Hoje eu quero todos
Hoje eu quero tudo
terça-feira, 11 de maio de 2010
Mando notícias do mundo de cá
Algumas observações sobre o atual momento:
*Todo carioca idiota está colecionando o álbum da Copa. Aposto que o Diogo também está. A banca de jornal perto do Rio Sul está com fila! Um caminhão de figurinhas foi assaltado no ABC Paulista e cerca de 185 mil exemplares foram roubadas. Graças a Deus, os responsáveis foram localizados e as mesmas recuperadas (enquanto uns 5 celulares que me levaram, mais uma bolsa querida e uma carteira de couro da Mr.Cat -que não é mais fabricada- ainda não foram encontrados).
Andam até vendendo o álbum já completo. Dica: Ao menos as figurinhas poderiam vir descoladas e de brinde umas repetidas misturadas. Só pra ser adquirido também, inteiramente de graça, um gostinho quase real de se colecionar um álbum. Álbum esse que, aliás, me fez refletir sobre algo, que me fez sentir uma "rênia" pós-moderna: Apesar de todo esse frisson, as seleções nem foram escaladas ainda! O Ronaldinho Gaúcho autoadesivo está por aí embalado em pacotinhos. Ou seja, tudo balela, fraude, lorota, mau caratismo dos investidores.
Já chegou aos meus ouvidos que a figurinha de número 287 é a cara do Pixe (que juntamente com a Leka e os manos, está colecionando; e a mentora foi a própria dita-cuja). Ouvi relatos ainda de pessoas se encontrando clandetisnamente para efetuar a troca de figurinhas e que almoços em restaurante são interrompidos por desconhecidos para a efetuação do câmbio ao menor sinal da presença do bolinho de repetidas (geralmente organizado em ordem númerica e preso por um elástico, onde é anexado uma folha com os números faltantes).
Uma brilhante vale 3 normais. E aquelas onde duas formam uma só figura vem exigindo uma destreza motora que tem deixado muitos perfeccionistas à beira de uma crise psicótica. Um senhor trajando um terno foi visto descontrolado no meio do Largo da Carioca, aos pulos e berros: "Consegui a última figurinha! Completei o álbum da Copaaaaa!" E eu completei a cena, mentalmente, com esse indivíduo ajoelhado exibindo o álbum aos céus e sendo atacado em seguida por um arrastão de colecionadores quase zumbis.
O pacotinho custa o absurdo de R$0,75 (não sei se você ainda tem noção do valor desse montante) e de acordo com as minhas especulações, no dia que eu tiver meu primeiro filho (Deus é pai, a esperança é a última que morre e Santo Antônio vai ser mergulhado em ácido esse ano- esse safado tá fudido na minha mão, menino Jesus que se cuide!) o pacote estará cotado por volta de R$1,10. Conclusão: Meus filhos não colecionarão porra de álbum nenhum no que depender de mim.
E ninguém mais joga bafo. O mundo está mesmo perdido.
Agora com sua licença que vou comprar mais figurinhas.
Moral da história:
A história absolver-me-á. (Fidel Castro)